sábado, 24 de dezembro de 2016
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
Promessa
Faz hoje um ano desde a última públicação minha no presente blog. O projeto
resultou pouco desenvolvido durante o tempo da sua existência. Estes 366 dias
passaram como um instante, mas por outro lado abundaram em momentos
diversificados que vão refletir nas próximas publicações. Promento voltar a
publicar em breve e garanto que a minha cabeça está cheia de ideias que ficam
por realizar. O vento novo começa a soprar e vai trazer coisas novas... em
breve.
sábado, 28 de novembro de 2015
3. História de uma bola preta
Era uma vez uma
menina que se sentia muito solitária. Não tinha amigos, os colegas na escola
não gostavam dela e até mesmo faziam piadas da coitadinha. A menina andava
sempre de queixo caído, nunca sorria, não saía do seu quarto e chorava muito
durante as noites. Nem os livros, nem os filmes constituíam uma fonte de
alegria para ela. Os pais alarmados ficaram preocupados. “O que é que podemos
fazer?”, perguntaram ao psicólogo conhecido e ouviram uma resposta muito
simples e surpreendente: um cão. Fizeram o que lhes foi aconselhado.
Primeiro, viram um
anúncio onde uma família oferecia os cachorros rafeiros. “Para as pessoas boas que
podem dar aos cãezinhos uma casa cheia de amor”, assim figurava o conteúdo
da mensagem. Os pais foram em segredo, sem dizer nada à menina. De entre cinco
pequenos seres escolheram uma bola preta tão fofa, como se só pudesse imaginar.
Levaram-na para casa. O cachorro passou os seus primeiros minutos no novo lugar,
“visitando” e cheirando todos os quartos da casa. A menina ainda não tinha
voltado da escola, por isso ele pôde sentir-se livre na sua viagem de
exploração do quarto. Depois de ter alcançado o seu objetivo, ficou à espera da
conquista do coração da menina. Mas não teve de esperar muito, porque foi um
amor à primeira vista. Quando a menina entrou no seu quarto, triste como
sempre, a primeira coisa que viu foi uma bola preta deitada aos pés da sua
cama. O cachorro ladrou com alegria, mexeu o rabo e correu como maluco até à
menina. Começou a lamber a mão dela e neste momento os pais ouviram pela
primeira vez há vários meses a gargalhada que saiu da boca da sua filha.
Muitas coisas
mudaram na vida da menina. O número das obrigações cresceu: tinha de sair com o
cãozinho várias vezes por dia, dar-lhe comida, lavar-lhe as patas, pentear-lhe a pelagem.
Resumindo, coisas simples e óbvias que todos os donos de cães devem fazer e que
fazem com uma cara de mártires. Porém, ela fazia-o com tanto prazer e amor, que
a pouco e pouco se esqueceu das experiências terríveis dos meses passados.
Faziam quase tudo juntos e é possível dizer que eram como unha e carne.
Finalmente tinha o seu amigo, a quem podia falar, que guardava os segredos e
que podia acariciar.
O cachorro preto
mudou a realidade inteira desta família. Os pais sentiram como se alguém lhes
tivesse mudado de filha. Graças ao cãozinho começou a sair mais de casa.
Durante os passeios conheceu outras crianças da sua idade, fizeram-se amizades.
Isto teve impacto também nas relações com os colegas da turma. Aceitaram-na e enfim
sentia-se feliz. Assim passaram os anos inocentes e ingénuos da infância. Seria
ótimo se esta história terminasse assim, com o happy end, como dizem em inglês. Mas infelizmente na vida real há
quem diga que poucas são as pessoas que consigam atingir a felicidade. Ouçam o
resto da história.
A menina transformou-se
numa rapariga e o cãozinho tornou-se um cão. Assim é a ordem das coisas. Com o
passar do tempo mudaram os hábitos, os interesses e os amigos da rapariga. Nova
escola, novo aspeto e a vida nova. Sentiu grande paixão pela moda, pelos cosméticos
e pela internet. Já não passeava com o seu cão e não acariciava à sua bola fofa.
Já nem dava-lhe a comida, tudo tinham de fazer ambos os pais. E não protestavam.
Viram que a sua filha outra vez se tornou numa pessoa diferente, mas não
reagiram. Por outra parte, ninguém observava a conduta do pobrezinho cão. Ele
já nem ladrava com alegria, nem mexia o rabo. Além disso, perdeu o seu brilho
no olhar. Cada tentativa de chamar a atenção da rapariga terminava em fracasso.
Porém, o pior ainda não tinha chegado.
Um dia, a rapariga
viu um vídeo num blogue sobre a moda, onde a protagonista tinha como o seu
animal de estimação um cão de raça pequena. Na mente da jovem floresceu uma
ideia excelente! Ia comprar um yorkie. No início os pais opuseram-se ao plano
da rapariga, mas ela, sabendo as técnicas de manipulação, conseguiu atingir o
seu objetivo. Assim, o novo membro da família apareceu em casa. Para o cão
preto isto foi como se alguém lhe esbofeteasse. A rapariga andava
orgulhosamente com o seu yorkinho na mala, levava-o para o centro comercial,
visitava com ele os amigos e familiares. Rapidamente a sua popularidade na escola
cresceu. Ela ficou muito feliz e os seus pais também. O yorkinho ganhou os
corações e a simpatia de todos. Só o cão preto ficou esquecido por todos. Não
queria nem sequer viver mais. Dormia muito, quase não se mexia, deixou de
comer. Foi o pai, que descobriu primeiro o que se passara com o cão. O veterinário
confirmou a sua teoria: o cão preto sofria de depressão. Sim, senhores. Os cães
podem ser afligidos por esta doença também.
O fim desta
história é triste. Se alguém esperava que a rapariga voltasse a cuidar do
cãezinho preto, está enganado. Os pais decidiram livrar-se do problema. A bola
preta terminou no albergue de cães. Já não era nem fofa, nem alegre. Ficou
desiludida e atraiçoada pela pessoa mais importante na sua vida: a melhor
amiga. Entregou-lhe o seu coração, mas perdeu tudo. Graças às modas dos nossos
tempos, que são a indiferença, falta de responsabilidade e trato de animais
como objetos. Contudo, as tendências seguem assim e ainda se expandem,
infelizmente para as pessoas também. Ainda ninguém te expulsou da sua vida?
Aparentemente tens sorte. Parabéns!
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
2. As mulheres que me dão inspiração
O texto foi
escrito há 2 anos, mais ou menos. Decidi publicá-lo cá, para que possam lê-lo e
dar a sua opinião.
Para o Leandro,
que gostou do texto tanto que fez uma tradução para o espanhol
Quando somos
jovens temos muitos ídolos que queremos seguir. Geralmente são os cantores,
atores ou modelos. Muitas raparigas quereriam ser como Marilyn Monroe, Audrey
Hepburn, Angelina Jolie ou Kristen Stewart. Elas acham que a vida da pessoa
famosa é muito colorida, cheia de luxo, de amores, de dinheiro. Cheia de luxo e
dinheiro? Se atuam em muitos filmes é possível. Cheia de amores? Na realidade das aventuras amorosas sem intimidade
e sem larga duração. E a vida muito colorida? Eu diria que é a vida só preta e
branca sem outras cores. Mas existem as mulheres verdadeiras, que podem ser os
nossos ídolos ou que pelo menos são os meus.
Conhecemo-las
cada dia. As mulheres, as esposas, as mães. As pessoas que se enfrentam às
dificuldades do dia a dia e que não são apreciadas pela sociedade. Vamos
conhecé-nas. A primeira é a Dona S., mãe de dois rapazes. A esposa dum
alcoólico. Trabalhadora numa fábrica. Sempre com a esperança para o melhor futuro. Uma mulher que ama o seu marido e
os seus filhos. Que é paciente e
acredita nas mudanças na vida da sua família. Que pode olhar numa fotografia e
sabe se uma pessoa é boa ou não. «Esta
rapariga tem a bondade nos seus olhos» diz ao seu filho vendo uma foto da namorada
dele. «Guarda na memória que os olhos são o espelho da alma» acrescenta.
Mas o seu coração está partido quando vê que os olhos do filho mais novo mostram
o sofrimento. O sofrimento por apaixonar-se pela rapariga inadequada.
Pela outra parte
temos uma mulher diferente, a Dona K., mãe de duas raparigas, divorciada. A
mulher dos negócios, que deixou a sua antiga vida e começou o novo etapa.
Trabalha numa cidade grande, tem o seu próprio apartamento, que comparte com as
filhas. Uma mulher lutadora e resistente. Que
quer conseguir os seus sonhos. Que é directora, ganha muito bem, viaja e
conhece outras culturas. E que pode manter as suas filhas facilmente. Uma mulher independente.
Além disso, temos
outro caso, a Dona D. A mãe solitária. Divorciada. O seu marido «desapareceu» quando a filha única deles
tinha 3 anos. Desapareceu, ou seja, decidiu deixar a sua família e criar outra.
A Dona B. ficou sozinha com a pequenina e com os seus pais, ambos doentes.
Trabalhou como enfermeira num hospital local até ouvir que ela está doente. «O cancro» ouviu. Mas venceu-o.
Infelizmente os pais dela morreram, mas ela está viva. Ademais, a filha dela
estuda e tem quase tudo o que quer. Graças a sua mãe, à mulher trabalhadora e resistente.
Finalmente, Dona
B., a minha mãe. Uma mulher que se dedicou a ensinar-me as coisas que são boas
na vida e as que não. Que suporta os problemas das suas filhas. Que não pode
dormir porque se preocupa com a sua família: dos seus pais, das filhas, do
marido. Uma mulher que quer satisfazer a todos, que tenta preparar o almoço
extraordinário. Mas sempre há alguém que não gosta deste prato. Uma mulher que quer o melhor futuro para as
suas filhas e que se preocupa das escolhas delas. «Mãezinha, não sou criança, sou adulta. Eu serei responsável pelas
minhas derrotas» digo. «Ana, para mim és sempre criança e serás
criança» responda. «Algum dia, quando terás filhos, me
comprenderás». Uma mulher
protetora.
Em conclusão, eu
conheço todas estas mulheres e para mim são as pessoas que me dão inspiração. As
que admiro, porque me mostram como lutam com os problemas. Como se levantam do chão depois da derrota. São lutadoras sem
dúvida! É óbvio que não todas as mães são assim, infelizmente. A Katarzyna W.,
de Sosnowiec, que matou a sua filha pequenina, definitivamente não é pessoa que
merece o respeito. Não deveria ser mãe, mas não todas as pessoas que vivem são
boas. A vida é assim. Gostei muito da citação que encontrei do escritor russo
Mikołaj Ostrowski «Vive no mundo um formoso ser a quem somos eternos devedores – é a mãe»[1].
sábado, 12 de setembro de 2015
1. Já sei o que é amar
O cão ficou preso.
Quer por sua própria culpa, quer pela falta de atenção dos terceiros. Dos
moradores do nosso prédio e também dos funcionários de Instituto do Desporto e Juventude.
Os primeiros não fecharam o portão e os outros ao contrário. O fecharam com um
cão lá dentro.
Opção 1: O que
aconteceria na Polónia?
Pois os donos do
cão trazeriam a comida para que ele pudesse dormir e o deixariam assim até ao
dia seguinte. Com certeza absoluta não seria nenhum problema que o animal
dormisse lá, encerrado, dado que no dia seguinte podiam abrir o portão
facilmente com a chave. Além disso, não faz frio fora durante a noite. Às vezes
acontece.
Opção 2: Ninguém se
daria conta do sucedido.
Como todos estamos
muito ocupados com a vida seria possível que nem notássemos que o cão
desapareceu. Se calhar no dia seguinte. Tanto faz, o cão passaria a noite preso
igual.
Opção 3: O que
aconteceu?
Pois a Dona do cão
viu que ele estava preso. Primeiro aproximou-se e deu-lhe um abraço e um beijo
para que ficasse mais tranquilo. Logo ligou para os bombeiros e a polícia.
Chegaram rápido e a missão de resgate começou. Seis bombeiros e dois polícias
ficaram preocupados com a vida do cão. Entraram no prédio usando escada,
agarraram o cão e saíram com a vítima. A Dona e a sua filha correram para dar
um abraço ao cão e agradeceram muito aos salvadores! Eis o alvo do bombeiro!
Ajudar, ante tudo!
Se tivesse a dúvida
o que significa amar a um animal, já estou sem ela. Vi com os meus próprios
olhos a dor da família cujo cão ficou preso. É suficiente. Já sei o que é amar.
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