O texto foi
escrito há 2 anos, mais ou menos. Decidi publicá-lo cá, para que possam lê-lo e
dar a sua opinião.
Para o Leandro,
que gostou do texto tanto que fez uma tradução para o espanhol
Quando somos
jovens temos muitos ídolos que queremos seguir. Geralmente são os cantores,
atores ou modelos. Muitas raparigas quereriam ser como Marilyn Monroe, Audrey
Hepburn, Angelina Jolie ou Kristen Stewart. Elas acham que a vida da pessoa
famosa é muito colorida, cheia de luxo, de amores, de dinheiro. Cheia de luxo e
dinheiro? Se atuam em muitos filmes é possível. Cheia de amores? Na realidade das aventuras amorosas sem intimidade
e sem larga duração. E a vida muito colorida? Eu diria que é a vida só preta e
branca sem outras cores. Mas existem as mulheres verdadeiras, que podem ser os
nossos ídolos ou que pelo menos são os meus.
Conhecemo-las
cada dia. As mulheres, as esposas, as mães. As pessoas que se enfrentam às
dificuldades do dia a dia e que não são apreciadas pela sociedade. Vamos
conhecé-nas. A primeira é a Dona S., mãe de dois rapazes. A esposa dum
alcoólico. Trabalhadora numa fábrica. Sempre com a esperança para o melhor futuro. Uma mulher que ama o seu marido e
os seus filhos. Que é paciente e
acredita nas mudanças na vida da sua família. Que pode olhar numa fotografia e
sabe se uma pessoa é boa ou não. «Esta
rapariga tem a bondade nos seus olhos» diz ao seu filho vendo uma foto da namorada
dele. «Guarda na memória que os olhos são o espelho da alma» acrescenta.
Mas o seu coração está partido quando vê que os olhos do filho mais novo mostram
o sofrimento. O sofrimento por apaixonar-se pela rapariga inadequada.
Pela outra parte
temos uma mulher diferente, a Dona K., mãe de duas raparigas, divorciada. A
mulher dos negócios, que deixou a sua antiga vida e começou o novo etapa.
Trabalha numa cidade grande, tem o seu próprio apartamento, que comparte com as
filhas. Uma mulher lutadora e resistente. Que
quer conseguir os seus sonhos. Que é directora, ganha muito bem, viaja e
conhece outras culturas. E que pode manter as suas filhas facilmente. Uma mulher independente.
Além disso, temos
outro caso, a Dona D. A mãe solitária. Divorciada. O seu marido «desapareceu» quando a filha única deles
tinha 3 anos. Desapareceu, ou seja, decidiu deixar a sua família e criar outra.
A Dona B. ficou sozinha com a pequenina e com os seus pais, ambos doentes.
Trabalhou como enfermeira num hospital local até ouvir que ela está doente. «O cancro» ouviu. Mas venceu-o.
Infelizmente os pais dela morreram, mas ela está viva. Ademais, a filha dela
estuda e tem quase tudo o que quer. Graças a sua mãe, à mulher trabalhadora e resistente.
Finalmente, Dona
B., a minha mãe. Uma mulher que se dedicou a ensinar-me as coisas que são boas
na vida e as que não. Que suporta os problemas das suas filhas. Que não pode
dormir porque se preocupa com a sua família: dos seus pais, das filhas, do
marido. Uma mulher que quer satisfazer a todos, que tenta preparar o almoço
extraordinário. Mas sempre há alguém que não gosta deste prato. Uma mulher que quer o melhor futuro para as
suas filhas e que se preocupa das escolhas delas. «Mãezinha, não sou criança, sou adulta. Eu serei responsável pelas
minhas derrotas» digo. «Ana, para mim és sempre criança e serás
criança» responda. «Algum dia, quando terás filhos, me
comprenderás». Uma mulher
protetora.
Em conclusão, eu
conheço todas estas mulheres e para mim são as pessoas que me dão inspiração. As
que admiro, porque me mostram como lutam com os problemas. Como se levantam do chão depois da derrota. São lutadoras sem
dúvida! É óbvio que não todas as mães são assim, infelizmente. A Katarzyna W.,
de Sosnowiec, que matou a sua filha pequenina, definitivamente não é pessoa que
merece o respeito. Não deveria ser mãe, mas não todas as pessoas que vivem são
boas. A vida é assim. Gostei muito da citação que encontrei do escritor russo
Mikołaj Ostrowski «Vive no mundo um formoso ser a quem somos eternos devedores – é a mãe»[1].
Seu texto fez-me lembrar um momento em que minha mãe, conversando com a vizinha que era mãe de um amigo meu, disse assim: "Meu filho será uma criança até o dia em que eu morrer" rs
ResponderEliminarBem, eu era já bem grandinho, tinha 16 ou 17 anos na época, deves saber como eu me senti - como assim ? já sou bem grandinho. rs
O fato é que tens razão em tudo que escrevestes e ainda acredito que é pouco quando se trata de mães, há mães que são mães e pais ao mesmo tempo, você citou um exemplo mas também há pais que fazem o papel de pai e mãe.
Seu texto foi gostoso de ler e não excluiu nem aquelas pessoas que não merecem esse título.
Eu tive uma boa mãe, super protetora e posso dizer que sou o que sou graças à ela, tinha uma visão de futuro para mim, devo tudo isso à ela.
Aqui no Brasil, quando queremos referenciar algo ou alguém que aceita qualquer um dizemos que tal é "como um coração de mãe, sempre cabe mais um", essa frase diz tudo e não tem como refutá-la.
Parabéns pelo texto e continue escrevendo, até o próximo mês.